Chuveiro,
toalha, uma montanha de roupas sobre a cama, pinça, lixa, esmalte, chapinha e
secador. Você quase já não cabe dentro
do seu quarto. Você quase não se
comporta dentro do seu eu. O nervosismo a pressa e o medo agora habitam em
você como seus únicos amigos. Pode dar tudo errado novamente, ou pode ser uma
experiência completamente surpreendente.
Incerto seria a palavra ideal ao momento.
Não
sou assim. O que estaria eu fazendo naquele instante?
“Tic
Tac Tic Tac”
O relógio não parava, acompanhado pelo compasso
do meu coração que estava a saltar pela
boca. Meu inconsciente berrava
dizendo-me, o quão atrasada estava e meu consciente dizendo para deixar tudo de
lado e simplesmente ficar em casa.
-Vai
mulher, você não tem nada a perder.
Dizia o inconsciente em quanto eu separava a melhor roupa seguido
da melhor lingerie.
Mas,
de repente a parte mais sensata faz você se rebelar e
jogar tudo aquilo ao longe.
E
foi o que fiz, depois sentei-me ao chão fitando toda aquela bagunça que atirei pelos cantos, depois
abaixei a cabeça para olhar as horas no
relógio de pulso. Assustada e desesperada, peguei um espelho que estava quase aos pedaços
e vi meu rosto sem qualquer maquiagem
e pensei: -“será que sou boa
o suficiente, ou será que ele quer apenas me comer e que dou para ele”.
Procurei
pelo meu celular, que estava de baixo de
alguma das almofadas, e logo cassei o número dela no whatszap.
Então
liguei para Betinha contei a situação e ela respondeu: -“A gente não dá para
eles a gente empresta, o prazer é mútuo e ela não deixa de ser tua, portanto
você NÃO DÁ, VOCÊ EMPRESTA, e a expectativa de um encontro perfeito vem da nossa
cabeça, se curtiu o cara e acha que vai dar certo, não ache, apenas vá sem
pretensões”.
Lembrei
também do que a minha amiga Ruiva disse outro dia: “amiga POR FAVOR nunca
confunda: “Sexo é “oi”, “gozei”, “tchau”. Amor é
“oi”, “gozei”, “fica”... Sem dor, sem ilusões...” As crônicas dela sobre amor e vida sempre me ajudam.
Sei que não era questão de ser boa ou não para ele.
Precisava ser boa o suficiente para mim. Então, apenas lacrei os lábios como
rubis, e levantei para colocar alguns grampos prendendo o topete alto que tanto
amava, deixando os cachos modelados soltos. Costumava ir até na farmácia daquele
jeito, mas sem o batom vermelho é claro.
“DING
DONG” “ TOC TOC”
Tudo
ao mesmo tempo, sem contar o telefone que fazia “TRIIIM” a me pressionar.
Estava trêmula confesso. Não sei se tinha comido algo diferente, mas meu estômago
estava cheio de borboletas, vagando por ele.
-Oi!
Disse o lindo moço quase vermelho a
esconder uma rosa por detrás dos braços que estavam nas costas.
Ele
estava deslumbrante, e extremamente simples como se nem tivesse tido qualquer
trabalho, mas de uma elegância incontestável.
-Oi.
Quase morri dizendo.
-Você
está linda, e também conversa com os
olhos...!
Nossa,
meu cabelo modelado, unhas e batom vermelho e ele se quer notou, reparando
apenas nos meus olhos. AI! Quase
apaixonei.
“Para
sua idiota isso é só um jantar” Puni-me.
-Obrigada, disse o acompanhando.
-Entre.
Disse ele abrindo a porta do carro quase me levitando com aquele sorriso de
quase soltar um grito frenético.
Se
todas às vezes, formos pensar nas consequências, (se é que realmente elas
existam) de um encontro causal, PARA, apenas não pense, não espere alguém com
um buquê de flores, alguém que repare em tuas unhas ou no que tua mãe e suas
amigas pensarão sobre você. Melhor ainda, jogue-se se for sua vontade. Talvez
não conquiste um namorado, mas, em contra partida, ganhará infinitas histórias
para contar.
“Tu
te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” (O Pequeno Príncipe)
Créditos: Alice Azevedo, Aline Farinelli Menusi, Vitória Moura e Ana Karoline Santos.
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