setembro 29, 2015

Papo de MULHER (sem etiquetas).



Chuveiro, toalha, uma montanha de roupas sobre a cama, pinça, lixa, esmalte, chapinha e secador.   Você quase já não cabe dentro do seu quarto.  Você quase não se comporta dentro do seu eu. O nervosismo a pressa e o medo agora habitam em você como seus únicos amigos. Pode dar tudo errado novamente, ou pode ser uma experiência completamente surpreendente.  Incerto seria a palavra ideal ao momento.

Não sou assim. O que estaria eu fazendo naquele instante?

“Tic Tac Tic Tac”

  O relógio não parava, acompanhado pelo compasso do meu coração que estava a saltar pela  boca.  Meu inconsciente berrava dizendo-me, o quão atrasada estava e meu consciente dizendo para deixar tudo de lado e simplesmente ficar em casa.

-Vai mulher, você não tem nada a perder.  Dizia o inconsciente em quanto eu separava a melhor roupa seguido da  melhor lingerie. 

Mas, de repente  a parte mais sensata  faz você se rebelar  e  jogar tudo aquilo ao longe.
E foi o que fiz, depois sentei-me ao chão fitando toda aquela  bagunça que atirei pelos cantos, depois abaixei a cabeça para olhar  as horas no relógio de pulso. Assustada e desesperada,  peguei um espelho que estava quase aos pedaços e  vi meu rosto sem qualquer maquiagem e  pensei: -“será que  sou boa  o suficiente, ou será que ele quer apenas me comer e  que dou para ele”.

Procurei pelo meu celular, que estava de baixo  de alguma das almofadas, e logo cassei o número dela no whatszap.

Então liguei para Betinha contei a situação e ela respondeu: -“A gente não dá para eles a gente empresta, o prazer é mútuo e ela não deixa de ser tua, portanto você NÃO DÁ, VOCÊ EMPRESTA, e a expectativa de um encontro perfeito vem da nossa cabeça, se curtiu o cara e acha que vai dar certo, não ache, apenas vá sem pretensões”.

Lembrei também do que a minha amiga Ruiva disse outro dia: “amiga POR FAVOR nunca confunda:  “Sexo é “oi”, “gozei”, “tchau”. Amor é “oi”, “gozei”, “fica”... Sem dor, sem ilusões...” As  crônicas dela  sobre amor e vida sempre me ajudam. 

            Sei que não era questão de ser boa ou não para ele. Precisava ser boa o suficiente para mim. Então, apenas lacrei os lábios como rubis, e levantei para colocar alguns grampos prendendo o topete alto que tanto amava, deixando os cachos modelados soltos. Costumava ir até na farmácia daquele jeito, mas sem o  batom vermelho é claro.

“DING DONG”   “ TOC TOC” 

Tudo ao mesmo tempo, sem contar o telefone que fazia “TRIIIM” a me pressionar. Estava trêmula confesso. Não sei se tinha comido algo diferente, mas meu estômago estava cheio de borboletas, vagando por ele. 

-Oi! Disse o lindo moço quase vermelho a  esconder uma rosa por detrás dos braços que estavam nas costas.

Ele estava deslumbrante, e extremamente simples como se nem tivesse tido qualquer trabalho, mas de uma elegância incontestável.

-Oi. Quase morri dizendo.
-Você está linda, e  também conversa com os olhos...!
Nossa, meu cabelo modelado, unhas e batom vermelho e ele se quer notou, reparando apenas  nos meus olhos. AI! Quase apaixonei.

“Para sua idiota isso é só um jantar” Puni-me.

-Obrigada, disse o acompanhando.
-Entre. Disse ele abrindo a porta do carro quase me levitando com aquele sorriso de quase  soltar um grito frenético.  

Se todas às vezes, formos pensar nas consequências, (se é que realmente elas existam) de um encontro causal, PARA, apenas não pense, não espere alguém com um buquê de flores, alguém que repare em tuas unhas ou no que tua mãe e suas amigas pensarão sobre você. Melhor ainda, jogue-se se for sua vontade. Talvez não conquiste um namorado, mas, em contra partida, ganhará infinitas histórias para contar.



“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” (O Pequeno Príncipe)

Créditos: Alice Azevedo, Aline Farinelli Menusi, Vitória Moura e Ana Karoline Santos.

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