setembro 07, 2015

Quanto o tempo custaria se você precisasse dele?!





      A música toca, a chuva cai, o café esfria e o relógio está incessantemente a trabalhar. E o corpo está em transe. A vida está em transe e a alma, por mais uma vez fora do lugar.   Comigo não seria nada diferente, e por isso a inconstância insiste habitar meu coração, plantando dúvidas que apenas o tempo seria capaz de respondê-las. Até que o momento chegou.

     Durante a aula de literatura brasileira estava bem mais pensante do que antes,   e  sai  daquela  aula  com os miolos quase transformados em pipoca de tanto pensar. E qual seria o real motivo? O real motivo foi à questão abordada pela Elaine (nossa professora) ela nos disse que o único presente que damos a uma pessoa, e que jamais poderíamos ter de volta era o tempo.  E dando sequência em sua linha de pensamento, postou após aula em nosso grupo do Facebook um vídeo, o qual também retratava sobre o tempo e o quão relativo ele pode tornar-se.  

     Como assim relativo? Pensei comigo. Ah sim relativo: ou seja, o pouco da sua vida, minutos ou segundos transformados em algo  extremamente significativo para alguém. Enquanto, às vezes as muitas horas, dias e anos podem não tem o mesmo valor daqueles segundos e minutos que para muitos seriam “perdidos” ou até mesmo em “vão”. 

     Naquele momento, pude ver nitidamente em minha mente, a figura do coelho  do "Alice No País das Maravilhas"  como um ser  que nos  personifica,  e nos  mostra o quanto nós vivemos o passar dos dias tão mecanizados, quase  inóspitos de sentimentos  e  compaixão com o próximo. Será mais uma das consequências do mundo pós-moderno?

     O mundo “facilitado” onde há terceirização da educação, onde o almoço tornou-se um rápido degustar de porcarias industrializadas, onde as tardes que antes passava-se com os pais e pessoas queridas, fora cruelmente trocadas por novos amigos, aqueles dos comerciais:  os vídeo games, celulares e computadores. Ah! Nossos novos vilões eletrônicos.

    Não sei se já viram o filme “Click” onde o homem  pensa tanto em sua promoção no trabalho, que o resto  do que o rodeia é transformado em coisas pífias; até mesmo sua família. E é triste  pensar  que o filme é verossimilhante a nossa realidade, e que sua consequência: o arrependimento, pode durar até os últimos segundos daquilo que nomeiam de vida.  
    E então seres pensantes: Quanto o tempo custaria se você precisasse dele?!

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