dezembro 18, 2015

O essencial é invisível aos olhos.


           Nessa fase de transição entre juventude e vida adulta é que essa frase do livro O Pequeno Principe se faz mai presente em minha vida. Hoje, tenho mais responsabilidades e já não dependo tanto da minha mãe financeiramente, pago meus cursos, compro minhas próprias roupas e pago pelos meus passeios. Sempre tive ansiedade de ganhar meu próprio dinheiro e de sentir ao menos um pouco do gostinho dessa tão aclamada "liberdade", mas agora, descobri que , infelizmente, ela não tem aquele gostinho de brigadeiro de panela feito em casa naqueles domingos preguiçosos, tá mais pra um jiló ou beringela ou qualquer verdura, legume ou vegetal de gosto amargo que éramos obrigados a comer quando crianças e tal como essas verduras e vegetais, essa liberdade é necessária para o nosso desenvolvimento, podemos bater perna, fazer birra, mas se não adquirirmos essas responsabilidades, se evitarmos ir trás da nossa própria liberdade, nossos sonhos e ambições acabam ficando cada vez mais longe de nós e cada vez mais difíceis de serem alcançados. 
           Minha vontade agora, é de evitar, de tirar umas férias prolongadas por um ano ou mis, deixar meu serviço e cursos de lado e viajar, visitar amigos que não encontro há tempos, ir ao colégio interno para rever minha amiga Brenda, minha irmã, que agora está tão longe de mim, de viajar pra Curitiba, de conhecer ao menos um dos meus amigos virtuais, fazer aquela viagem pra praia com a melhor amiga, que aliás, está tão distante, mesmo estando perto... Dá aquela vontade de deixar pra depois, de prolongar prazos e adiar compromissos, deixar que... Mais pra frente vou atrás dessas coisas todas. 
           Tenho essa vontade, não por ser preguiçosa (bom, talvez eu até seja um pouco, mas não nesse quesito), pois tenho ânsia de mudanças, tenho pressa para ser o mais feliz que eu possa ser e tenho mais pressa ainda para alcançar meus sonhos, mas as vezes tenho vontade de largar tudo, por me sentir tão sozinha, por não ter mais meus verdadeiros amigos por perto, por não ter tempo nem disposição de sequer me apaixonar, por não ter agora, o essencial, que definitivamente é invisível aos olhos e também, não é palpável, por ser raro agora os momentos que me tiram o fôlego, momentos esses, que fazem eu me sentir viva de verdade, por ser raro agora a sensação de frio na barriga, o coração acelerado batendo descompassado, por ser raro agora as dores de barriga causadas por aquela risada longa e incessante. Segundo Epicuro, a felicidade significa "a ausência de dor", mas nessa sociedade moderna em que vivemos, a saúde é deixada de lado ou passa despercebida e só nos damos conta que é quase impossível ser feliz sem ela, quando a perdemos. Acho que isso se encaixa também a coisas mais simples do cotidiano, como ter os amigos por perto, valorizar e aproveitar os momentos em família... Enquanto tudo isso ainda é rotina, não notamos a importância e acabamos não dando o devido valor ou não aproveitamos o máximo que deveríamos. Quando finalmente perdemos isso, é que o desprazer bate á porta e a felicidade se esvai do peito. 
            Então, fica aquele conselho que já virou um grande clichê: não espera perder pra valorizar, uma hora você vai perceber que não preciso muito pra ser feliz. "Felicidade é só questão de ser", como diria Marcelo Jeneci, só não demora a perceber.    

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