novembro 01, 2017

Há quem viaje pra se encontrar


... Eu só parti pra te perder.
Como tenho perdido desde que deixei declarado o meu medo pela infinitude de sentimentos que havia em mim e em ti... Desde aquela noite em que te abracei e desejei não soltar, pois sabia, que de todos os nossos incontáveis abraços, aquele seria o último. E tenho te perdido desde então - só não o perco na memória.
É tudo tão vívido que ás vezes acordo e custo a aceitar. Procuro por uma mensagem, um sinal e por mais que eu ore, reze aos deuses, peça a oxalá, não há mais o que encontrar. 
Então eu parto. Parto pra renascer num corpo que não haja vestígios de seu toque. Parto pra ser alguém diferente de quem fui ao seu lado. Parto para que renasça sem as lembranças nas quais antes, você sempre esteve presente. E é doloroso, mas parto. Pra preencher o espaço que ficou no lado esquerdo do peito ou por debaixo de meus cabelos, por de trás da orelha e meus lábios... O eriçar pelo meu corpo que já não é mais causado por ti... E esse espaço ao lado do sofá que antes parecia tão certo sendo ocupado por você e o meu quarto que apesar de tanta bagunça, parecia ter o espaço exato para nós, nossos abraços, beijos e roupas no chão. 
Deu pra entender o tamanho do espaço que ficou?
Só me resta viajar. Ser astronauta nesse mar de espaço sem fim. Descobrir novas galáxias, seguir outros cometas e quem sabe assim perceber que ainda há uma infinidade de sensações a sentir. E arriscar mais uma vez, enfrentar meus medos, como antes não fui capaz de enfrentar por ti.   

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